quinta-feira, 24 de junho de 2010

E agora, algo completamente diferente...

Seleções africanas falham nos planos

MUDANÇAS CONSTANTES DE TREINADORES E PROJETOS TRAVAM PROGRESSOS

Esperanças utópicas, caos nas federações e constante rotação de treinadores: esse é o diagnóstico de muitos peritos do futebol internacional para explicar os problemas das equipas africanas no Mundial. Basta um pequeno episódio para o alemão Otto Pfister apontar o problema. "No primeiro jogo dos Camarões, ao lado do treinador estava sentado um agente de jogadores. Não pode acontecer", diz indignado o técnico.

A verdade é que no primeiro Mundial no continente as equipas africanas não conseguem cumprir os prognósticos de serem a próxima potência. "Imagino que nenhum treinador sobreviverá ao torneio", profetiza Pfister, ex-selecionador dos Camarões e do Togo. Já só o Gana pode evitar pelos próprios meios cair eliminado.

Os problemas, como no passado, nascem do nada. Poucos meses antes do início do Mundial, Nigéria e Costa do Marfim contrataram treinadores suecos com novas táticas. "Vê-se que os marfinenses têm um jogo defensivo totalmente contra a sua maneira de ser. Não conseguem misturar as raízes africanas com a disciplina europeia", explica Stielike, que treinou a Costa do Marfim.

Desde o Mundial'2006, as 6 equipas africanas na África do Sul contrataram 24 preparadores. Só a Costa do Marfim teve quatro treinadores em... dois anos. "Há que planear a longo prazo, para que todos se possam habituar a mentalidades diferentes. Em tão pouco tempo é impossível chegar ao coração dos jogadores", reforça Stielike.

Em 1990, os Camarões entraram na história ao serem a primeira equipa africana nos quartos-de-final de um Mundial. Winfried Schafer, o homem que os guiou, sublinha: "Disse-o há muitos anos. Se a organização, a regulação de todo o trabalho e a contratação do técnico for a adequada, dispondo de tempo para trabalhar, então uma equipa como a Costa do Marfim, a Nigéria, o Gana ou os Camarões poderá chegar a uma final." E Schafer diz porque falham. "Os africanos só pensam no hoje. Enquanto for assim..." A ver vamos.

Por FLORIAN LÜTTICKE. DPA

In Record, Edição de 23 de Junho

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Europeu de Clubes

É já este mês, em Lousada, que se disputa o Europeu de Clubes. AD Lousada e União de Lamas, tal como na época passada, vão fazer o melhor para tentar colocar duas equipas portuguesas nos lugares de promoção.
Uma competição até gira e com participação internacional mas sem promoção alguma. É, obviamente, uma dama que defendo sempre por todas e mais algumas razões, mas parece que há alguma vergonha, medo, ou até ambos por parte das entidades oficiais nacionais.
Deixa-me a crer que jogamos hóquei às escondidas e não hóquei em campo.

Hóquei, o mundo à parte...

Em 12 jornadas de seniores masculinos, oito jogos em atraso. No feminino o problema é o mesmo e até é mais antigo. Planear é também evitar estas coisas…

domingo, 17 de janeiro de 2010

O barato muitas vezes custa caro


É um lugar-comum mas é cada vez mais verdade e óbvio. O que muitas vezes parece barato é na realidade uma má gestão financeira.

É isso mesmo que vem acontecendo na gestão da Selecção Nacional. Não nos podemos esquecer que esta mesma selecção (não só a masculina, mas a selecção enquanto estrutura), a par das camadas jovens, é a prioridade da Federação Portuguesa de Hóquei.

Lembro-me perfeitamente de ler e ouvir que uma Selecção Nacional é a melhor imagem da modalidade. Mais do que concordar com esta ideia, subscrevo-a. No entanto, parece ser demagogia federativa.

Já não é a primeira, nem a segunda, Selecção Nacional que se apresenta num Europeu sem a preparação necessária. Não duvido que se façam esforços, mas também não tenho dúvidas de que não são os suficientes.

Não percebo o sentido de termos cá treinadores com experiência e conhecimento internacional se depois não lhes damos as condições necessárias.

O barómetro tem, necessariamente que ser a experiência adquirida no Europeu da Ucrânia, mesmo sabendo que houve muitos exageros, principalmente financeiros, mas houve também resultados e isso sim é o que nos interessa.

Agora, guiamo-nos pelo que acontecia anteriormente, ou seja, a ausência total de preparação e jogos internacionais. O paradigma mudou.

Vimos a luz ao fundo do túnel pela mão do Luís Ciancia. Uma boa preparação, uma boa equipa e bons resultados. O grupo de agora é mais forte e mais equilibrado que o excelente grupo de 2005 mas os resultados são bem piores. Porquê? Porque apostamos um bocadinho mas não o suficiente.

Falando da preparação da equipa sénior, foi clara a evolução no Estágio de França, em hóquei em campo, e o mesmo notou-se depois dos jogos com a formação russa em hóquei de sala. Mas era preciso mais, é preciso mais.

Estamos a gastar dinheiro mas a não ter resultados nenhuns e pior que isso, também não se consegue fazer a equipa evoluir de uma forma consistente para que os resultados apareçam mais tarde. Assim, gastar este «pouco» torna-se muito.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Hóquei de Sala

Já terminou a competição de hóquei de sala deste ano, pelo menos, no que concerne à competição interna de clubes. Resta agora a Selecção Nacional na Polónia (mas também a Selecção Feminina, na República Checa), e o Lousada na Liga dos Campeões desta vertente.
Como todos sabem, não sou um apaixonado pelo hóquei de sala, mas não sou igualmente alheio à importância para o nosso hóquei, bem como para o desenvolvimento de algumas competências enquanto jogadores.
Por isso, faz-me alguma confusão o calendário da modalidade. Atenção, sou dos que defende a redução do calendário de sala ao indispensável e pouco mais, mas tudo com pés e cabeça.
Não conhecendo profundamente as razões pelas opções recentes do calendário nacional, é incompreensível o porquê de terminar a fase de sala numa fase tão distante de fases internacionais decisivas, para Lousada e Selecção Nacional.
Jogam-se jornadas duplas, que ao mesmo tempo complicam os trabalhos da Selecção Nacional, para depois haver um vazio de competição. Deduzo que seja para compensar as famílias e as empresas que não puderam beneficiar da companhia e do profissionalismo de alguns jogadores que entretanto não tinham mãos a medir com tantos jogos.
Defendo as jornadas duplas única e exclusivamente com o intuito de beneficiar os clubes em termos financeiros. Isto é, no caso das equipas nortenhas, as deslocações a Lisboa poderiam concentrar dois jogos, o mesmo acontecendo com as equipas lisboetas a Norte. Ou seja, só fazem sentido nos torneios e campeonatos de hóquei em campo.

Ainda assim, apesar de todos estes pormenores, o Lousada voltou a sagrar-se Campeão Nacional. Começa já a ser uma tradição que, a cada ano que passa, tornar-se-á ainda mais evidente. É a equipa com maior ritmo, maior querer, maior leque de jogadores elegíveis e maior versatilidade.
Destaca-se também o terceiro lugar da Académica de Espinho, crónica rival do Lousada que ano após ano deixa de sê-lo. E o que mais se lamenta é que não é por falta de qualidade mas sim por facilitismos. Desta feita, na fase regional. Jogadores tão experientes deviam saber que no desporto não há espaços para momentos destes.
Por fim, sublinhe-se novo segundo lugar do União de Lamas. Uma equipa pouco virada para esta vertente mas que cada vez mais irá dar cartas e muito devido aos jovens jogadores que agora começam a ter oportunidade de jogar.

Em suma:
- Acho infeliz esta calendarização de sala – algo que também é verdade relativamente ao campo. Espero que seja algo que mereça a reflexão por parte da Federação Portuguesa de Hóquei. Apesar de, na minha opinião, a duração desta vertente até é correcta, ela devia ser ajustada aos torneios internacionais.
-Não faz sentido a acumulação de jornadas duplas (algo que também, incrivelmente, acontece na vertente de campo) para no fim-de-semana seguinte, por exemplo, não haver nenhum jogo.

PS: Três vitórias ante do Dínamo Ekaterinburgo, um empate e apenas uma derrota. Bons jogos da Selecção Nacional contra uma equipa com mais ritmo competitivo e um bom presságio para um Europeu que promete ser dos mais difíceis para Portugal nos últimos anos. Talvez seja esse o tónico essencial para o sucesso. Assim o esperamos!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Por uns...pagam os outros!

O comum dizer é “por uns pagam todos” mas neste caso não me parece ser assim. Por uns, pagam outros.

É o caso da Taça de Portugal na edição 2009/2010. Uma Taça que ano pós ano é cada vez mais pobre – menos equipas, menos jogos, menos emoção, e que este ano acabou mal, ou será que ainda não acabou?

De facto, uma final num domingo às 10h00 afastou as cerca de 20 pessoas que ainda continuam a ir ver jogos de hóquei em campo mas é um facto que a chuva também não ajudou.

Com o sintético com demasiada água, o ‘espectáculo’ sofreu com isso. As equipas até tinham qualidade para mais – o que nem sempre vai acontecendo – e o final acabou por ser emocionante. Um golo de canto-curto já depois do final do tempo.

Segue-se a entrega da taça e das medalhas em plástico.

Algumas semanas depois, eis que surge a directiva do Conselho de Disciplina para a repetição desta final.

O Lousada sentiu-se lesado pela utilização do Beau – com base na alínea que defende que na fase final apenas podem actuar os jogadores que completaram pelo menos cinquenta por cento da fase regular – e bem protestou por esse facto. No entanto, o regulamento não tem qualquer objecção á utilização do jogador, uma vez que não se trata de uma fase final precedida de fase regular. Ainda assim, o Conselho de Disciplina decide ‘castigar’ o União de Lamas pela alínea que define que qualquer jogador deve estar inscrito no mínimo dez dias antes da sua utilização em jogos oficiais. O clube de Santa Maria da Feira tinha os documentos necessários – fornecidos pela Federação Portuguesa de Hóquei – no dia do jogo…e é aqui onde a vaca tosse e a porca torce o rabo.

Castiga-se um clube (ou os dois, dependendo da interpretação) por um erro federativo ou associativo. Se o jogador estava mal inscrito ou não poderia ser utilizado na final da Taça de Portugal, o clube nunca poderia receber a documentação que autorizava a sua utilização. O Lousada protesta o encontro com base numa alínea e vê as suas queixas deferidas por uma outra alínea.

Sublinhe-se: Esteve bem o Lousada a tentar salvaguardar os seus direitos se julgou que os mesmos não foram salvaguardados. Esteve bem o Conselho de Disciplina em ‘castigar’ e mandar repetir (se assim defende o regulamento) o encontro da Taça de Portugal se as regras não foram cumpridas. Esteve mal em castigar um, ou dois clubes, se o erro cometido foi da responsabilidade da Federação Portuguesa de Hóquei.

Agora, e caso o recurso do União de Lamas seja indeferido, segue-se novo jogo e resta a esperança de que tudo corra pela melhor forma. Que todos os jogadores estejam bem inscritos e a devido tempo, que os árbitros estejam presentes e já agora que não falte público. Mas, resta uma pergunta. Dado que se trata de uma repetição, a ficha de jogo deve-se manter inalterada? Se sim, é certo que o Beau poderá jogar, até porque já está inscrito há mais de 10 dias…

Diogo Alvarenga


Como já devem ter visto o Diogo Alvarenga está nos Idolos e de entre milhares de candidatos, encontra-se netse momento entre os 15 finalistas que vão às galas em directo! É muito importante o apoio de todos os amigos, das pessoas que gostam dele, de o ouvir cantar e sobretudo a opinião daqueles que não gostam e ajudam de forma construtiva.
O link que se segue é um blog criado em seu apoio. COMENTEM!! E não percam a próxima gala em directo este próximo domingo!!!! VOTEM!!

Obrigada a todos pelo apoio!!
http://fasdiogoalvarenga.blogspot.com/

Depois do recente desaparecimento de Carlos Filipe, ex-jogador e capitão do FC Porto, Selecção Nacional e também do Sport, bem como treinador do GD Viso, eis que a comunidade hoquista recebe nova lamentável noticia.

Depois de alguns tempo internado no Hospital dos Capuchos, Nuno Nobre, ex-avançado de vários clubes lisboetas, como o Hóquei CP, Palmense, Casa Pia ou Futebol Benfica, não aguentou e sucumbiu no mais importante e decisivo de todos os jogos da sua vida.

Para a sua família e amigos, mais do que os demais serão sempre os maiores lesados com esta perda, seguem as condolências e a maior simpatia possível.

Segundo pude ler no blog do Futebol Benfica, a opinião do bom amigo e companheiro é unânime de todos que privaram com o ‘Pélé’. Pessoalmente, apenas o conheci enquanto adversário. Não serei a melhor pessoa para falar sobre as qualidades do Nuno Nobre, mas as outras mensagens que correm pela internet serão já mais do que suficientes para atestar todas as suas qualidades. Enquanto jogador, notava-se a qualidade mas, mais do que isso, tinha ele algo que é mais raro do que a simples qualidade técnica ou táctica. Era patente, pela forma de estar e pelas atitudes dentro e fora dos sintéticos que era um vencedor e a derrota nunca lhe caía bem.

Esta terá sido apenas mais uma derrota para o ‘Pélé’ mas, certamente, no coração da família e amigos ele continuará a vencer. Aqui, ou onde esteja.

Que descanse em paz.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O hóquei em campo também serve de exemplo...

Champions Trophy

Hóquei em campo. Aqui, o Henry já não se safava

por Rui Tovar

Mais um desporto com olho de falcão. Só falta o futebol aderir à era tecnológica

No golo da Inglaterra à RFA na final do Mundial-66, a bola entrou ou não? Não, mas o árbitro validou. No remate de Petit à baliza do FC Porto, a bola entrou ou não? Entrou, mas o árbitro disse que não. No golo da França à Rep. Irlanda, houve mão de Henry ou não? Houve mas o árbitro não assinalou a falta. Errar é humano mas desprezar ajuda de equipamento electrónico que transmite a verdade do desporto é burrice. O futebol insiste nessa última tecla. O hóquei em campo já não.

Hoje começa a Champions Trophy, uma espécie de Mundialito com as melhores selecções do planeta (Austrália, Alemanha,Espanha, Holanda, Grã-Bretanha e Coreia do Sul), em Melbourne, na Austrália, e estreia-se o olho de falcão, que tenta ajuda dá no ténis para jogadas duvidosas de “in” e “out”. O famoso dentro e fora que o futebol, pela voz de Michel Platini, presidente da UEFA, despreza sabe-se lá porquê – em Portugal, até Cavaco Silva, presidente da República, já emitiu no dia 31 de Maio de 2009 uma petição pela verdade desportiva com os avanços tecnológicos.

O hóquei em campo adere ao olho de falcão para três jogadas muito concretas: golos, o canto curto e o penálti strocke. Para tal, a federação internacional instalou dez câmaras à volta do campo, duas delas na trave de cada uma das balizas para saber se a bola entrou ou não. Além dos dois árbitros em campo, haverá um terceiro, dentro de uma cabine, entre os dois bancos de suplentes, e à frente de um computador que recebe todas as imagens das dez camâras.

Se os dois árbitros de campo duvidarem de algo, falam com o terceiro juiz através de um auricular e este, com um walkie-talkie, informa-os da decisão, que não dura mais de 25 segundos, tendo em conta os casos de outros desportos, como o ténis e o râguebi. O público estranhará a paragem e a consequente demora da decisão, claro, mas a verdade desportiva estará defendida, o que no futebol (não sei se já tinha escrito isso aqui) isso não acontece, o que é de estranhar porque é o desporto mais popular do mundo. Henry... aqui, no hóquei em campo, não te safavas.

Outros desportos que se apoiam na era tecnológica

NBA

Quer para decidir se o lançamento foi efectuado dentro do tempo, ou se foi triplo ou dois pontos.

Râguebi

Desde 2007, jogadores e árbitros solicitam o “olho de falcão”. Os jogadores só podem parar o jogo por três vezes, uma delas no tie-break.

Ténis

O árbitro pede ajuda do assistente em caso de dúvida nos ensaios.

Basebol

Os árbitros solicitam a repetição apenas nas jogadas onde há dúvida se foi home run ou não.

Fonte: Jornal I - www.ionline.pt

sábado, 28 de novembro de 2009

A incógnita que é um jogo…

Se nas outras modalidades, há partida para um jogo é sempre complicado prever o seu desfecho, daí a célebre tirada de João Pinto “prognósticos só no fim do jogo”, no hóquei as coisas são um pouco diferentes. A incógnita está na mesma presente, mas chega a patamares superiores. Para além que vai assistir ou mesmo actuar num jogo de hóquei, fica sempre na dúvida se o jogo realmente se vai realizar.

Foi o que aconteceu este fim-de-semana. Ainda com alguma antecedência foi cancelado e adiado o encontro mais esperado, o Lousada–Académica de Espinho, restando para este sábado o União de Lamas–Ramaldense. Quiçá por uma questão de solidariedade para com os jogadores e adeptos que não puderam assistir ao encontro da semana, apenas surgiu um árbitro no pavilhão do União de Lamas, inviabilizando a realização do mesmo.

Em suma, de dois jogos que poderiam realizar-se neste sábado, não se fez nenhum. Perdeu o hóquei e perdeu quem se deslocou para jogar ou para ver um jogo. Perdeu tempo e dinheiro.

À imagem do que impõe aos clubes quando algo semelhante acontece, resta saber se o Conselho de Arbitragem vai pagar a deslocação das duas equipas bem como o aluguer do pavilhão.