domingo, 17 de janeiro de 2010

O barato muitas vezes custa caro


É um lugar-comum mas é cada vez mais verdade e óbvio. O que muitas vezes parece barato é na realidade uma má gestão financeira.

É isso mesmo que vem acontecendo na gestão da Selecção Nacional. Não nos podemos esquecer que esta mesma selecção (não só a masculina, mas a selecção enquanto estrutura), a par das camadas jovens, é a prioridade da Federação Portuguesa de Hóquei.

Lembro-me perfeitamente de ler e ouvir que uma Selecção Nacional é a melhor imagem da modalidade. Mais do que concordar com esta ideia, subscrevo-a. No entanto, parece ser demagogia federativa.

Já não é a primeira, nem a segunda, Selecção Nacional que se apresenta num Europeu sem a preparação necessária. Não duvido que se façam esforços, mas também não tenho dúvidas de que não são os suficientes.

Não percebo o sentido de termos cá treinadores com experiência e conhecimento internacional se depois não lhes damos as condições necessárias.

O barómetro tem, necessariamente que ser a experiência adquirida no Europeu da Ucrânia, mesmo sabendo que houve muitos exageros, principalmente financeiros, mas houve também resultados e isso sim é o que nos interessa.

Agora, guiamo-nos pelo que acontecia anteriormente, ou seja, a ausência total de preparação e jogos internacionais. O paradigma mudou.

Vimos a luz ao fundo do túnel pela mão do Luís Ciancia. Uma boa preparação, uma boa equipa e bons resultados. O grupo de agora é mais forte e mais equilibrado que o excelente grupo de 2005 mas os resultados são bem piores. Porquê? Porque apostamos um bocadinho mas não o suficiente.

Falando da preparação da equipa sénior, foi clara a evolução no Estágio de França, em hóquei em campo, e o mesmo notou-se depois dos jogos com a formação russa em hóquei de sala. Mas era preciso mais, é preciso mais.

Estamos a gastar dinheiro mas a não ter resultados nenhuns e pior que isso, também não se consegue fazer a equipa evoluir de uma forma consistente para que os resultados apareçam mais tarde. Assim, gastar este «pouco» torna-se muito.