segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Hóquei de Sala

Já terminou a competição de hóquei de sala deste ano, pelo menos, no que concerne à competição interna de clubes. Resta agora a Selecção Nacional na Polónia (mas também a Selecção Feminina, na República Checa), e o Lousada na Liga dos Campeões desta vertente.
Como todos sabem, não sou um apaixonado pelo hóquei de sala, mas não sou igualmente alheio à importância para o nosso hóquei, bem como para o desenvolvimento de algumas competências enquanto jogadores.
Por isso, faz-me alguma confusão o calendário da modalidade. Atenção, sou dos que defende a redução do calendário de sala ao indispensável e pouco mais, mas tudo com pés e cabeça.
Não conhecendo profundamente as razões pelas opções recentes do calendário nacional, é incompreensível o porquê de terminar a fase de sala numa fase tão distante de fases internacionais decisivas, para Lousada e Selecção Nacional.
Jogam-se jornadas duplas, que ao mesmo tempo complicam os trabalhos da Selecção Nacional, para depois haver um vazio de competição. Deduzo que seja para compensar as famílias e as empresas que não puderam beneficiar da companhia e do profissionalismo de alguns jogadores que entretanto não tinham mãos a medir com tantos jogos.
Defendo as jornadas duplas única e exclusivamente com o intuito de beneficiar os clubes em termos financeiros. Isto é, no caso das equipas nortenhas, as deslocações a Lisboa poderiam concentrar dois jogos, o mesmo acontecendo com as equipas lisboetas a Norte. Ou seja, só fazem sentido nos torneios e campeonatos de hóquei em campo.

Ainda assim, apesar de todos estes pormenores, o Lousada voltou a sagrar-se Campeão Nacional. Começa já a ser uma tradição que, a cada ano que passa, tornar-se-á ainda mais evidente. É a equipa com maior ritmo, maior querer, maior leque de jogadores elegíveis e maior versatilidade.
Destaca-se também o terceiro lugar da Académica de Espinho, crónica rival do Lousada que ano após ano deixa de sê-lo. E o que mais se lamenta é que não é por falta de qualidade mas sim por facilitismos. Desta feita, na fase regional. Jogadores tão experientes deviam saber que no desporto não há espaços para momentos destes.
Por fim, sublinhe-se novo segundo lugar do União de Lamas. Uma equipa pouco virada para esta vertente mas que cada vez mais irá dar cartas e muito devido aos jovens jogadores que agora começam a ter oportunidade de jogar.

Em suma:
- Acho infeliz esta calendarização de sala – algo que também é verdade relativamente ao campo. Espero que seja algo que mereça a reflexão por parte da Federação Portuguesa de Hóquei. Apesar de, na minha opinião, a duração desta vertente até é correcta, ela devia ser ajustada aos torneios internacionais.
-Não faz sentido a acumulação de jornadas duplas (algo que também, incrivelmente, acontece na vertente de campo) para no fim-de-semana seguinte, por exemplo, não haver nenhum jogo.

PS: Três vitórias ante do Dínamo Ekaterinburgo, um empate e apenas uma derrota. Bons jogos da Selecção Nacional contra uma equipa com mais ritmo competitivo e um bom presságio para um Europeu que promete ser dos mais difíceis para Portugal nos últimos anos. Talvez seja esse o tónico essencial para o sucesso. Assim o esperamos!